domingo, 29 de abril de 2012

Reflexões

A Sabotagem da Greve!

António Trancoso

Vivi, com entusiasmo e esperança -  embora com a natural preocupação pelas medidas intoleráveis, que o Estado, fascizante, desencadeava sobre quem se atrevesse a opor-se-lhe - a Crise Académica de 1962.
Ia, então, nos meus 21 e verdes anos. Como eu, milhares de estudantes, rapazes e raparigas, rebelavam-se, designadamente através da Greve, contra o Medo Estupidificante que condenava o País à visão rural-colonialista de um ditador, inimigo confesso da Democracia.
Contudo, havia universitários - não muitos - que, apoiantes, e beneficiários, do regime, protegidos pelos Gorilas, não tinham o menor escrúpulo de trair os seus colegas. Eram os execráveis Fura-greves! Apesar de ABRIL, eles andam, por aí...e têm ideológicos descendentes!
Vem isto a propósito - entre outros factos reprováveis - da  DECISÃO, da Direcção do SPM, secundada pela sua Lista A (que, esmagadoramente, no dia, e na mesma tarde, da apresentação da sua candidatura, se constituiu em Assembleia Geral, assembleia, "esta", convocada, para o efeito, no limite do prazo estatutário...):  NÃO ADERIR À GREVE GERAL, greve apoiada pela FENPROF, da qual, o SPM, faz parte integrante e é  seu co-fundador!!!
Jamais terei imaginado que, o Sindicato, LIVRE - que, com muitos outros, abnegados e sérios, Colegas, compartilhei o seu nascimento -  viesse a comportar-se como um oportunista FURA-GREVES de má memória.!!!
Sinto-me -  para além de entristecido e revoltado - coberto de vergonha perante os "alguns" Colegas que (nas qualidades de Associado e Delegado Sindical, que, também, tive a honra de ser)  terei motivado para consolidar e dar significativa expressão, ao único Sindicato de Professores, digno desse nome.
Estou certo de ser acompanhado por muitos outros velhos sindicalistas, desprendidos de privilégios pessoais e de espúrios e   efémeros poderes, que não os da vontade da Dignificação Docente e da, consequente, elevação da Educação.
Espero, na medida da minha modesta capacidade, poder contribuir para a ultrapassagem do mal que, de boa-fé, se permitiu a danificação do que nos era tão Caro e Honroso.

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